A crise climática global está exacerbando a vulnerabilidade de populações já marginalizadas, com um impacto devastador sobre refugiados e deslocados. Filippo Grandi, Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), enfatizou a urgência da situação durante a Conferência do Clima em Belém, alertando para a necessidade de incluir essas pessoas nos planos de ação climática.
Vulnerabilidades Ampliadas pelo Clima Extremo
Eventos climáticos extremos, impulsionados pelo aumento das temperaturas globais, estão se tornando cada vez mais frequentes e intensos, resultando em inundações devastadoras, secas prolongadas e tempestades severas. Mais de 3 bilhões de pessoas vivem em áreas altamente vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Conflitos e Clima: Uma Combinação Explosiva
A situação é ainda mais grave para comunidades que já enfrentam conflitos armados em países como Somália, Afeganistão e Sudão. A violência prolongada enfraqueceu as instituições, destruiu a infraestrutura e limitou o acesso a serviços essenciais. Quando eventos climáticos extremos atingem essas regiões, as consequências são catastróficas: insegurança alimentar, aumento do deslocamento e desintegração da vida cotidiana.
Quase metade dos 122 milhões de pessoas deslocadas no mundo vive atualmente em áreas que enfrentam simultaneamente conflitos armados e graves riscos climáticos.
América Latina: Uma Região em Risco
Na América Latina, a interseção entre mudanças climáticas e violência armada é cada vez mais evidente. Na Colômbia, comunidades rurais afetadas por conflitos sofrem com inundações e deslizamentos, enquanto a presença de grupos armados dificulta a entrega de ajuda humanitária. No Haiti, o colapso político, o controle de grupos armados e os desastres naturais recorrentes criam um cenário de extrema vulnerabilidade.
O ACNUR apela à comunidade internacional para que intensifique os esforços de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, com foco especial nas necessidades das populações mais vulneráveis, incluindo refugiados, deslocados internos e comunidades afetadas por conflitos.