O governo de Minas Gerais está arquitetando uma estratégia ousada para liberar R$ 1,4 bilhão em obras, mirando as eleições de 2026, quando o vice-governador Mateus Simões (PSD) deverá disputar a sucessão de Romeu Zema (Novo). A jogada? Vender a Copasa, a estatal de saneamento, e usar os recursos em "investimentos de infraestrutura", emulando a tática do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), com a concessão da Cedae em 2021.
A gestão Zema já deu o primeiro passo com a aprovação de uma PEC que permite a venda da Copasa para quitar a dÃvida do estado com a União. Essa privatização, que ainda será votada, está atrelada à adesão de Minas ao Propag, programa de refinanciamento de dÃvidas dos estados.
O Desvio de Rota
Contrariando as expectativas, Zema informou que os recursos da venda da Copasa não serão repassados diretamente à União, mas sim usados para obras no estado. "Os recursos da desestatização (da Copasa) serão revertidos em investimentos de infraestrutura, de modo a gerar abatimento dos juros da dÃvida", justificou o governo.
A DÃvida Bilionária
A dÃvida atual de Minas gira em torno de R$ 180 bilhões. O plano inicial do governo é abater cerca de R$ 36 bilhões, repassando ao governo federal recursos da venda de ativos estaduais. Além da Copasa, a privatização da Cemig (estatal de gás) e a venda de imóveis também estão nos planos.
Reunião Crucial na Assembleia Legislativa
A Comissão de Constituição e Justiça se reuniu para discutir e votar proposições, incluindo o Projeto de Lei 4380/2025, que autoriza o Poder Executivo a promover a desestatização da Companhia de Saneamento de Minas Gerais.
- Data: 13/11/2025
- Local: Assembleia Legislativa
- Assunto Principal: Desestatização da Copasa
A reunião contou com a presença de diversos deputados, incluindo Doorgal Andrada, Doutor Jean Freire, Lucas Lasmar, Maria Clara Marra e Thiago Cota. Foram convocadas reuniões extraordinárias para apreciar o Projeto de Lei nº 4.380/2025.
A Copasa já autorizou a contratação de consultoria para realizar estudos para a desestatização, indicando que o processo está em andamento. Resta saber se essa estratégia renderá os frutos polÃticos e financeiros esperados pelo governo de Minas.